"The Tape" é um jogo de terror simples e que foi
inspirado em diferentes títulos mais famosos, trazidos para dentro de fases
bônus de uma maneira inferior e de qualidade relativamente baixa. Entretanto,
ele pode trazer alguns momentos de diversão além de um ou outro susto durante a
campanha curta e fornecer conquistas aos aventureiros que desejarem aproveitar
todo o conteúdo oferecido, completando também os níveis extras.
Sobre a História
O modo convencional, que é a campanha de um jogador, dura cerca de 30 minutos e consiste na exploração inicialmente de uma casa abandonada, partindo para uma masmorra oculta e finalizando com um pesadelo inexplicável e atormentador. O enredo é bem clichê, em nenhum momento prende o interesse, não tendo nenhum desenvolvimento notável e tendo dois diferentes finais, igualmente ruins. Resumidamente um investigador busca entender os desaparecimentos frequentes em uma determinada região, descobrindo após uma série de eventos que, aparentemente, devotos do demônio capturam inocentes para serem sacrificados em rituais satânicos e terem a alma devorada pela escuridão, que nunca vai ser cessada.
Sobre as Fases
O ponto de partida é uma casa abandonada, nada de muito
exótico ou extravagante, progredindo na mesmice de outros jogos de terror
convencionais. A masmorra já demonstra algo diferente, os inimigos começam a
surgir, servos do demônio com máscaras assustadoras, mas que infelizmente nos
fazem rir, e não tremer. Isso se deve ao fato do game ser bem bugado e mal
acabado apesar da mecânica interessante, em um exemplo de mesmo princípio,
seria o equivalente a um escultor dar molde à uma estátua de modo a despertar a
curiosidade, mas não dar um acabamento nela, deixando-a ''crua'' e
aparentemente incompleta. Você vai entender isso melhor quando jogar, mas se
não quiser arriscar, basicamente o que acontece é que você precisa atravessar
todo um caminho repleto de monges mascarados com tochas que fazem rondas como
se fossem guardas, e não importa se você estiver meio longe, ou tentar se
esconder dentro de uma abertura escura e entreaberta, se o monge estiver
passando ele vai pular com a tocha pra cima de você e soltar um berro, causando
sua morte. Chega a ser engraçado ver o monge saltando 5 metros longe da sua
posição e depois ''escorregando'' até a sua frente, mesmo que você esteja
escondido.
Sobre o Terror
Ele de fato só acontece na última parte do jogo, a do
pesadelo. Nesse aspecto até chega a lembrar vagamente de Silent Hill, pois você
vai entrando em salas estranhas e que vão criando um caminho que vai parecendo
um labirinto com outras salas iguais e efeitos tenebrosos vão surgindo e
degradando seu psicológico aos poucos. É difícil de explicar com meras
palavras, mas de uma maneira mais ilustrativa: você começa em um quarto com uma
cama no centro, dela um demônio em forma de mulher começa a sair e uma das
portas se abre, passando por tal porta você se depara com um corredor que leva
para outras salas que levam para outros corredores, criando um círculo vicioso
de cômodos e corredores semelhantes; entretanto, zumbis e torsos rastejantes
começam a surgir no caminho (que não fazem mal algum) e sangue começa a
escorrer das paredes. Seu objetivo é apagar três velas em lugares aleatórios
enquanto foge do demônio, que aparece na sua frente em momentos aleatórios,
tendo você que dar as costas e continuar correndo. É um terror mais psicológico
do que de sobrevivência, sem dúvidas.
Sobre os Extras
Após completar toda a campanha, que é bem rápida e não passa
muito do que escrevi, você vai poder jogar três níveis bônus que trazem
mecânicas de outros jogos para o tema e cenário de "The Tape". O
"Forest Mode" foi inspirado em Slender, pois seu objetivo é coletar
páginas perdidas em diferentes lugares em uma floresta sem ser pego e morto
pela mulher demônio, que te persegue como se fosse o Slender (com qualidade
muito inferior). O "Dungeons of Terror Mode" foi inspirado em
"Five Nights", e nele você precisa coletar páginas que aparecem na
tela aleatoriamente enquanto altera a visão em quatro câmeras diferentes. A
mulher demônio é mais uma vez a antagonista, e você precisa coletar óleos e
acender velas e tochas para impedi-la de chegar até você. O último extra,
"Dark Waters", já é algo mais específico e inspirado no "Final
Boss" da própria campanha, tendo você que impedir a cabeça da mulher
demônio de te pegar por meio de esferas luminosas que surgem nos arredores do
mapa obscuro, como o contato com a esfera inibe o poder da escuridão.
Sobre Gráficos e a Qualidade
Tendo em mente tudo o que foi ''dito'', você já deve ter
percebido que "The Tape" é apenas mais um jogo de terror sem
originalidade, sem um enredo convincente e sem uma jogabilidade estruturada.
Você não pode correr, não pode interagir com praticamente nada no ambiente, não
pode abaixar, não pode se esconder. É apenas um simulador de andar com alguns
inimigos mal feitos para te atrapalhar a concluir objetivos ilógicos e sem
noção. Você pode acabar levando algum susto ao ser capturado pelos monges ou ao
se deparar com a mulher demônio, porém as chances são baixas, como nem mesmo a
ambientação audio-visual é convincente. Os gráficos são estranhos, tudo parece
em preto e branco com listras verdes e vermelhas como se fosse em 3D sem o
óculos; é em primeira pessoa mas nem seus braços você pode ver. Os sons deixam
muito a desejar, além de ter poucos efeitos para imersão atmosférica, se tiver
alguma música, nem sequer chama atenção.
Desse modo, recomendo "The Tape" por ainda superar
outros jogos básicos de terror mesmo sendo fraco e rústico. Você pode acabar se
divertindo com a mecânica apresentada na batalha final bem como nas fases
bônus, ou ainda se esforçar em busca de obter as únicas quatro conquistas que o
jogo tem. Algumas ideias observáveis no jogo não foram ruins, apenas mal
desenvolvidas e apresentadas com falhas na jogabilidade e principalmente falhas
na imersão gráfica e sonora. Como sempre comento, um dos pontos chaves para um
bom terror é ter uma boa atmosfera e trilha sonora, os sons são ferramentas
poderosas para deixar as pessoas tensas e prepará-las para os sustos, que são
os momentos críticos de ''ação''. Até jogos com gráficos baixos podem ser
assustadores com bons efeitos sonoros, e este foi o ponto que mais atrapalhou
em "The Tape", o típico indie barato e rudimentar. Clique aqui para ver a página da Loja.
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